“Lembrai-vos
da mulher de Ló.” (Lucas 17:32)
Cristo
aqui prediz sua vinda, no seu Reino, em resposta à pergunta dos fariseus: “Quando
virá o reino de Deus?” E, quanto ao que diz a este respeito,
evidentemente, tem em vista duas coisas: sua vinda na destruição de Jerusalém,
e sua vinda no fim do mundo. Ele compara seu retorno, nestes tempos, a duas
notáveis manifestações de Deus em juízo, no passado. Primeiramente, no dilúvio:
“Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem.” A
seguir, a compara à destruição de Sodoma e Gomorra: “O mesmo aconteceu nos dias
de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; assim será
no dia em que o Filho do Homem se manifestar.”
Então,
imediatamente, ele procede para orientar seu povo sobre como este deveria se
portar às vistas dos sinais da aproximação daquele Dia, referindo-se, em
especial, à destruição de Jerusalém. Lc 17. 31: “Naquele dia, quem estiver no
eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo
quem estiver no campo não volte para trás.” Com essas palavras, Cristo mostra
que seus discípulos deviam ter a máxima urgência em fugir e escapar da cidade
para as montanhas, como ordena em Mt 24. 15-18: “Quando, pois, virdes o
abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê
entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; quem estiver
sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo
não volte atrás para buscar a sua capa.”
Jerusalém
era como Sodoma, uma vez que estava destinada à destruição, pela ira divina
especial; e, na verdade, à ira mais terrível do que a que atingiu Sodoma. Portanto,
a mesma orientação é dada para dela fugir à máxima pressa, sem olhar para trás,
como disse o anjo a Ló, quando lhe ordenou que fugisse de Sodoma. Gn 19.17: “Livra-te,
salva a tua vida; não olhes para trás.” E, no texto, Cristo reforça seu
conselho pelo exemplo da mulher de Ló. Ele ordena que os discípulos se lembrem
dela, e a tomem como um aviso, por ter olhado para trás, enquanto fugia de
Sodoma, tendo se tornado uma estátua de sal.
Se
for investigado o porquê do conselho de Cristo ao seu povo, para que fuja de
Jerusalém com tão urgente pressa, ao primeiro sinal de sua iminente destruição,
respondo: parece que fugir de Jerusalém era um tipo da fuga do estado de
pecado. Escapar desta cidade incrédula tipificava uma fuga do estado de
incredulidade. Portanto, os discípulos foram orientados a fugir sem retornar
para pegar quaisquer coisas de suas casas, querendo dizer com qual pressa e
cuidado devemos fugir de nossa condição natural, que nenhum respeito a qualquer
gozo mundano nos impeça, um momento sequer, que fujamos para Jesus Cristo, o
refúgio das almas, nossa rocha forte, e o monte da nossa defesa, de modo que,
ao fugir para ele, abandonamos e esquecemos, de coração, todas as coisas
terrenas.
Esta
também parece ser a principal razão pela qual Ló também foi orientado a fugir
com tal pressa, e não olhar para trás; porque sua fuga de Sodoma foi decretada
com o propósito de ser um tipo da nossa fuga daquele estado de pecado e miséria
no qual nos encontramos por natureza.
Não
devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma.
As
seguintes razões podem ser suficientes para apoiar esta doutrina:
1.
Sodoma é uma cidade cheia de imundície e abominações. Está repleta daquelas
impurezas que devem ser objeto da maior execração e ódio de todos. Seus
habitantes estão manchados, estão sob o poder e domínio de luxúrias
detestáveis. Todas as suas faculdades e afeições estão contaminadas com as
disposições vis que são indignas da natureza humana, que a degradam
sobremaneira, que são grandemente odiosas a Deus e incendeiam a sua ira de
maneira terrível. Todo tipo de abominação espiritual abunda nela. Não há nada
detestável e abominável que lá não possa ser encontrado, e que lá não abunde.
Sodoma
é uma cidade cheia de demônios e de espíritos imundos. Lá eles se encontram e
têm seu domínio. Lá se divertem, e revolvem-se na imundície, como é dito da
Babilônia mística, em Ap 18.2: “Babilônia se tornou morada de demônios, covil
de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e
detestável.” – Quem seria, pois, de tal sociedade? Quem não fugiria de tal
cidade com a maior pressa, sem jamais olhar para trás, e sem ter a menor
inclinação de retornar?
Alguns
em Sodoma podem aparentar ter um rosto limpo, e exibem um exterior justo; mas,
se pudéssemos contemplar seus corações, todos são completamente nojentos e
abomináveis. Devemos fugir de tal cidade, com o máximo horror do lugar e da
sociedade, sem ter expectativas de lá voltar a habitar, e sem nunca encontrar a
menor inclinação para retornar. Devemos, porém, desejar chegar a maior
distância possível dela, para que, de forma alguma, nos tornemos participantes
em suas abominações.
2.
Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma, porque Sodoma é uma cidade
destinada à destruição. O clamor da cidade subiu aos céus. A terra já não pode
mais suportar o fardo dos seus habitantes. Ela, portanto, aliviar-se-á deles, e
os cuspirá. Deus não mais permitirá que tal cidade permaneça; Ele a consumirá.
Deus é santo, e Sua natureza é infinitamente oposta a toda impureza; portanto,
será para ela fogo consumidor. A santidade de Deus não permitirá que permaneça,
e a Sua majestade e justiça requerem que os habitantes dessa cidade, que assim
O provocaram e ofenderam, sejam destruídos. E Deus certamente os destruirá pois
este é Seu decreto imutável e irreversível. Ele o disse, e o fará. O decreto
foi lançado, e tão certo quanto há um Deus, e é Todo-poderoso, e capaz de
cumprir seus decretos e ameaças, assim, certamente, destruirá Sodoma. Gn 19.
12,13: “todos quantos tens na cidade, faze-os sair deste lugar; pois vamos
destruir este lugar, porque o seu clamor se tem aumentado, chegando até à
presença do SENHOR; e o SENHOR nos enviou a destruí-lo.” E, no ver. 14: “Levantai-vos,
saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade.”
Esta
cidade é maldita; está destinada à ruína. Portanto, assim como não seríamos
participantes em sua maldição, e em sua destruição, devemos dela fugir, sem
olhar para trás. Ap 18.4: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes
cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos.”
3.
Não devemos olhar para trás ao fugir de Sodoma porque a destruição para a qual
está destinada é sobremaneira terrível. Ela está destinada à completa
destruição, a ser inteiramente e totalmente consumida. Está apontada para
sofrer a ira do grande Deus, que será derramada do céu como uma terrível
tempestade de fogo e enxofre. Esta cidade deve ficar cheia da ira de Deus. Todo
o que nela permanece terá o fogo da ira de Deus descendo sobre sua cabeça e
sobre sua alma: ficará cheio de fogo e da ira do Todo-poderoso. Será coberto
com fogo por fora e cheio de fogo por dentro: sua cabeça, coração, entranhas, e
todos os membros ficarão cheios de fogo, e nem uma gota de água o refrescará.
Nem terá ele lugar para onde fugir em busca de alívio. Vá aonde for, haverá lá
o fogo da ira de Deus; sua destruição e tormento serão inevitáveis. Será
destruído sem misericórdia. Clamará em alta voz, mas ninguém o socorrerá, nem
se preocupará com seus lamentos, ou lhe proverá alívio. O decreto foi lançado,
e os dias vêm quando Sodoma queimará como um forno, e todos os seus habitantes
serão como palha. Como foi na Sodoma histórica, quando toda a cidade estava
repleta de fogo: não havia segurança nas casas, pois estavam em chamas; se
fugiam para as ruas, também estavam em chamas. O fogo descia continuamente do
céu, em todo lugar. Aqueles foram tempos sombrios. Que clamores houve naquela
cidade, em todas as suas partes! Mas ninguém havia para ajudar; não tinham
aonde ir, onde pudessem ocultar suas cabeças do fogo: ninguém para ser
solidário ou para aliviá-los. Se fugiam para seus amigos, não podiam ajudá-los.
Agora,
com que pressa devemos fugir de uma cidade destinada a tal destruição! E como
devemos fugir sem olhar para trás! Como deve ser nosso desejo chegar à maior
distância possível de uma cidade em tais circunstâncias! Como devemos estar mui
longe de pensar em retornar para um lugar que experimenta tamanha ira sobre si!
4.
A destruição para a qual Sodoma está destinada é uma destruição total. Ninguém que
nela permanecer será poupado: ninguém terá a boa sorte de estar em uma esquina
qualquer, onde o fogo não o alcance. Todos os tipos, velhos e novos, grandes e
pequenos, devem ser destruídos. Não haverá exceção de idade, sexo, ou condição,
mas todos perecerão juntamente. Gn 19. 24, 25: “Então, fez o SENHOR chover
enxofre e fogo, da parte do SENHOR, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas
cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na
terra.” Nós, portanto, não devemos nos atrasar ou olhar para trás, pois não há
lugar seguro em Sodoma, nem em toda a campina na qual ela está construída. A
montanha da segurança está adiante, nas às nossas costas.
5.
A destruição a qual Sodoma está destina é uma destruição eterna. Isto foi dito
acerca da Sodoma histórica, que sofreu a vingança de fogo eterno, em Jd 7: “como
Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à
prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo
do fogo eterno, sofrendo punição.” A destruição, que Sodoma e Gomorra sofreram,
foi eterna: essas cidades foram destruídas, e jamais foram reconstruídas desde
então, e nem o podem ser, pois a terra na qual se localizavam afundou, e foi
coberta com o lago de Sodoma, o Mar Morto, ou, como é chamado nas
Escrituras: o mar Salgado. Isso parece assim ter sido ordenado com o
objetivo de ser um tipo da destruição eterna dos ímpios. Por isso, o fogo com
que foram destruídas é chamado de fogo eterno, porque era típico, era um
tipo da destruição eterna dos ímpios. Isto é o que pode ser entendido, em
parte, quando, no texto de Judas, se diz que foram postas para exemplo, ou para
um tipo ou representação do fogo eterno no qual todos os ímpios serão
consumidos.
Sodoma
foi coberta, em todas as eras posteriores, com um lago procedente do fogo e
enxofre que a consumiu. Este lago é um tipo do lago de fogo e enxofre no qual
os ímpios terão sua porção por toda eternidade, como lemos em Ap 20. 15, e em
outros lugares. Não devemos, portanto, olhar para trás ao fugir de Sodoma,
tendo em vista que a destruição a que ela está destinada é eterna; isto, pois,
a torna infinitamente terrível.
6.
Sodoma é cidade destinada à destruição rápida e repentina. A destruição é não
apenas certa e inevitável, e infinitamente terrível, mas virá rapidamente. “Para
eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.”
(2 Pe 2.3). E também Dt 32. 35: “Porque o dia da sua calamidade está próximo, e
o seu destino se apressa em chegar.” A tempestade de ira e as negras nuvens da
ira divina, agora mesmo repousam sobre eles, prontas a rebentar e cair, de
forma terrível. “Deus já afiou sua espada e armou seu arco, tem-no pronto,
preparou suas setas.” Portanto, devemos nos apressar, e não olhar para
trás. Pois se hesitarmos e pararmos para olhar, e não fugirmos pelas nossas
vidas, há grande perigo que sejamos envolvidos pela desgraça comum.
A
destruição de Sodoma é não apenas rápida, mas virá repentina e inesperadamente.
Parece ter sido uma bela manhã em Sodoma no dia em que destruída (Gn 19. 23).
Parece não ter havido nuvens, nem aparência de qualquer tempestade, muito menos
de uma tempestade de foge e enxofre. Os habitantes de Sodoma não esperavam tal
coisa; mesmo quando Ló disse aos seus genros sobre a destruição, não
acreditaram nele (Gn 19.14). Eles estavam animados, seus corações estavam
descansados, achando que não havia calamidade à vista. Mas ela veio de uma vez,
como as dores vêm à parturiente, e não houve escape, como diz o vv. 28, 29: “O
mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e
edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre
e destruiu a todos.”
Assim
acontece com os ímpios; Sl 73. 19: “Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados
de terror!” – Portanto, se hesitarmos e olharmos para trás, podemos ser
repentinamente assolados e assaltados pela destruição.
7.
Não há nada em Sodoma que seja digno de lembrança. Todos os seus gozos cedo
perecerão na destruição comum; tudo será consumido. E, certamente, não vale a
pena olhar para trás em busca de coisas que estão perecendo e sendo consumidas
pelas chamas, como acontece com todos os prazeres do pecado – estão todos
destinados ao fogo. Portanto, é tolice para alguém que foge de Sodoma desejar
mais deles, pois quando estão consumidos, para que servem? E vale a pena que
retornemos por causa de um momento de prazer, antes que se consumam, e nos
expormos a ser consumidos com eles?
A
mulher de Ló olhou para trás porque se lembrou das coisas agradáveis que havia
deixado em Sodoma. Ela as desejou avidamente; não podia fazer outra coisa senão
olhar com olhos desejosos para a cidade, onde vivera com tanta fartura e
alegria. Sodoma era um lugar de grande abundância exterior, o povo comia e bebia
com fartura. O solo da região era muito fértil, sendo mesmo chamada de o
jardim de Deus, em Gn 12. 10. E a abundância de pão era um dos
pecados do lugar, como diz Ez 16. 49.
Aqui,
Ló e sua esposa viveram na abundância. Este era um lugar em que os moradores
chafurdavam nos prazeres e delícias da carne. Mas, conquanto abundassem estas
coisas, de que valiam agora que estavam em chamas? A mulher de Ló foi muito
tola ao titubear na sua fuga, por causa de coisas que estavam em chamas. Da
mesma maneira, os prazeres, ganhos e alegrias do pecado têm sobre si a ira e a
maldição de Deus: o enxofre está espalhado sobre eles; o fogo do inferno está
pronto para incendiá-los. Portanto, não vale a pena para ninguém ter saudade de
tais coisas.
8.
Somos alertados pelos mensageiros enviados por Deus para que nos apressemos em
nossa fuga de Sodoma, e não olhemos para trás. Deus nos envia seus ministros,
os anjos das igrejas, nesta grandiosa missão, como enviou os anjos até Ló e sua
esposa, para alertá-los que fugissem por suas vidas (Gn 19. 15,16). Se nos
atrasarmos ou olharmos para trás, agora que fomos tão bondosamente alertados,
seremos sobremaneira inescusáveis e monstruosamente tolos.
O
uso que farei desta doutrina é o de alertar aqueles que se encontram
em seu estado natural a que fujam dele e de maneira alguma olhem para
trás. Enquanto estiver fora de Cristo, você está em Sodoma. Toda a história da
cidade, com todas as suas circunstâncias, parece estar inserida nas Escrituras
para o nosso aviso, e posta como um exemplo, como diz o apóstolo Judas. Ela
tipifica de forma vívida a situação do homem não convertido, a destruição dos
que continuam no seu estado natural, e a maneira de escapar, fugindo para
Cristo. O salmista, quando fala sobre a destruição destinada aos ímpios, parece
evidentemente referir-se à destruição de Sodoma, Sl 11. 6: “Fará chover sobre
os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu
cálice.”
Considerem,
portanto, aqueles que buscam um interesse por Cristo: vocês devem fugir de
Sodoma. Sodoma é o lugar onde vocês nasceram, e onde passaram as suas vidas.
Vocês são cidadãos dessa cidade que está cheia de imundície e abominação diante
de Deus, essa cidade poluída e maldita. Vocês pertencem a essa sociedade
impura. Não apenas vivem entre eles, mas são contados com eles, cometeram essas
abominações, e, assim, provocaram a Deus, conforme ouviram. É sobre vocês que
estive até aqui falando, neste sermão. Vocês são os habitantes de Sodoma.
Talvez olhem para as suas circunstâncias como não tão terríveis; mas habitam em
Sodoma. Embora possam ser mudados, e aparentem um exterior limpo, e um rosto
educado para o mundo, contudo, enquanto permanecerem em uma condição natural,
são habitantes impuros de Sodoma.
A
humanidade se divide em duas sociedades, ou, por assim dizer, em duas cidades:
há Sião, a igreja de Deus, a cidade santa e amada; e há Sodoma, esta cidade
poluída e amaldiçoada, que está destinada à destruição. Vocês pertencem a esta
última. Conquanto encarem a si mesmos como melhores que os outros, pertencem à
mesma cidade, à mesma companhia de fornicadores, bêbados, adúlteros, perjuros,
ladrões, piratas e sodomitas. Conquanto encarem-se como distintos, enquanto
estiverem fora de Cristo, pertencem a esta mesma sociedade; são da mesma
companhia, ajuntam-se com eles, e não são melhores, ainda que tenham maiores
restrições. Vocês, às vistas de Deus, são dignos de serem contados com eles e
são, por completo, objetos de repugnância e execração, e a ira de Deus
permanece sobre vocês, e viverão com ela, e com ela serão destruídos, se não
escaparem do seu estado presente. Sim, vocês são da mesma companhia dos
demônios, pois Sodoma é não apenas a cidade dos ímpios, mas é a casa de todo
espírito imundo.
Vocês
pertencem a esta cidade que está destinada à destruição horrível, inevitável,
rápida e repentina; cidade que tem uma tempestade de fogo e ira pairando sobre
si. Muitos de vocês estão convencidos do triste estado em que se encontram
enquanto estiverem em Sodoma, e estão fazendo algumas tentativas de escapar da
ira que paira sobre ela. Que os tais sejam advertidos, pelo que foi dito, a
escapar por suas vidas, e não olhar para trás. Não olhem para trás, a menos que
escolham ter uma porção na tempestade de fogo que está descendo sobre a cidade.
Não tenham saudades dos prazeres que tiveram quando viveram em Sodoma,
desejando as coisas agradáveis que possuíam lá, a tranquilidade, a segurança, e
os gozos que lá desfrutaram.
Lembrem-se
da mulher de Ló, pois olhou para trás, indisposta a abrir mão completamente, e
para sempre, da tranquilidade, prazer e abundância que desfrutava em Sodoma, e
tendo intenção de para lá retornar. Lembrem-se do que lhe sucedeu. Lembrem-se
dos filhos de Israel, no deserto, que desejaram retornar ao Egito. Nm 11. 5: “Lembramo-nos
dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos
silvestres, das cebolas e dos alhos.” Lembrem-se quais foram as consequências.
Vocês devem estar dispostos a abandonar para sempre toda a facilidade, e
prazeres, e ganhos do pecado, e esquecer tudo pela salvação, como fez Ló,
deixando tudo para escapar de Sodoma.
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