“Quanto à coleta para os santos,
fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana,
cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá
juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (1 Coríntios 16: 1, 2)
É a intenção e propósito de Deus
que o primeiro dia da semana seja especialmente separado entre os cristãos para
os exercícios e deveres religiosos.
Já discursei acerca desta doutrina, utilizando duas proposiçoes. Primeiro, que é a vontade de Deus que um
dia da semana seja, em todas as épocas, separado para os deveres religiosos, e,
segundo, que sob o evangelho, este
dia fosse o primeiro da semana.
Agoro, prossigo para a aplicação.
Aplicação
Esta terá como propósito a exortação.
1. Sejamos gratos pela instituiçao do Sabbath
cristão. É algo em que Deus demonstrou sua misericórdia por nós, e seu cuidado
por nossas almas. Ele mostra que, por sua infinita sabedoria, promove nosso
bem, como Cristo nos ensina, ao dizer que o Sabbath
foi feito para o homem, em Marcos 2:27: “E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do
homem, e não o homem por causa do sábado.” Ele foi feito para o proveito e conforto de nossas almas.
O Sabbath é um dia de descanso.
Deus designou que devíamos, a cada sétimo dia, descansar de todos os nossos
labores mundanos. Ao invés disso, poderia ter apontado os mais pesados serviços
para que realizássemos, ou algum trabalho severo para que suportássemos. É um
dia de descanso físico, mas especialmente de descanso espiritual. É um dia designado por Deus, para que seu povo pudesse
achar nele descanso para suas almas. Para que as almas dos crentes pudessem
descansar e ser revigoradas no seu Salvador. É um dia de júbilo. Deus o criou para ser um dia alegre para a igreja: Sl
118:24: “Este é o dia que
o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele.” Aqueles que o recebem
corretamente e o aproveitam, chamam-no deleitoso
e digno de honra: é dia agradavel e alegre para eles; é uma imagem do
futuro descanso celestial da igreja. Hb
4:9-11: “Portanto, resta um
repouso” (ou sabbatismos, como está no original) “para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus,
também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Esforcemo-nos,
pois, por entrar naquele descanso.”
O Sabbath cristão é um dos mais importantes deleites da igreja
visível. Cristo mostrou seu amor pela igreja ao instituí-lo; e é necessário que
a igreja cristã seja grata a seu Senhor por ele. O próprio nome deste dia, o dia do Senhor, ou o dia de Jesus, deve torná-lo agradável aos cristãos, já que sugere
a especial relação que tem com Cristo, e também o seu propósito, que é
comemorar nosso querido Salvador e seu amor pela sua igreja ao redimi-la.
2. Seja exortado a guardar este dia como santo. Deus deu
evidências de que esta é a sua vontade, que certamente cobrará de você, se não
o observa estrita e conscientemente. E se você assim o observar, terá este
conforto ao refletir sobre sua conduta, de que não o faz por superstição, mas
conforme Deus revelou ser sua intenção e vontade na sua Palavra, que você assim
o fizesse. E fazendo assim, está no caminho da aceitação e recompensa de Deus.
Aqui, deixe-me apresentar as
seguintes razões para animá-lo a este
dever:
a) pela observação estrita do Sabbath, o nome do Senhor é honrado, de
uma maneira tal que lhe é muito aceitável. Is
58:13: “Se desviares o pé de profanar
o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares
ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falando palavras vãs.” Nisso Deus é honrado, uma vez que é uma manifestação
visível de respeito pela santa lei de Deus, e uma reverência daquilo que tem
peculiar relação com Ele próprio, e isso de uma maneira superior em alguns
aspectos à observância dos demais mandamentos. E o homem pode ser justo,
generoso e ainda assim não mostrar claramente tanto respeito pela intenção e
vontade de Deus, pois assim têm sido muitos dos pagãos. Mas se alguém, com
evidente rigor e cuidado, observa o Sabbath,
é manifestação visível de um cuidado consciencioso pela declaraçao da vontade
de Deus, e é assim uma honra visível feita a sua autoridade.
Por uma estrita observância do Sabbath, o rosto da religião é mantido
no mundo. Se não fosse por ele, haveria pouca exibição pública e visível de
serviço, adoração e reverência para com o supremo e invisível Ser. O Sabbath parece ter sido apontado
principalmente para este fim, isto é, sustentar a visibilidade da religião em
público, ou entre os grupos professos de homens; e quanto mais solenemente os
deveres do dia forem observados entre um povo, maior será entre eles a manifestação
de respeito ao Ser Divino.
Este deve ser um poderoso motivo
para observarmos o Sabbath. Deve ser
nossa meta acima de todas as coisas honrar e glorificar a Deus. Deve ser a
coisa maior entre os que carregam o nome de cristãos honrar seu grande Deus e
Rei, e espero que seja uma grande coisa entre muitos que me ouvem agora. Se for
sua busca, se for seu desejo, honrar a Deus, por meio desse assunto você será
instruído em um caminho no qual poderá avançar muito nessa direção, isto é, ao
honrar o Sabbath e mostrar uma
cuidadosa e estrita observância dele;
b) o assunto do Sabbath é o maior assunto de nossas
vidas, isto é, o da religião. Servir e adorar a Deus é para o que fomos feitos,
e para o que recebemos a existência. Outros assuntos, de natureza secular, aos
quais costumamos atender nos dias da semana, não são senão subordinados, e
devem ser subservientes aos mais altos propósitos e fins da religião. Portanto,
certamente não deveríamos hesitar muito em devotar a sétima parte do nosso
tempo, a ser gasta inteiramente neste
assunto, e ser separada para nos exercitarmos nos deveres imediatos da
religião;
c)
que seja considerado que todo nosso tempo é de Deus e que, portanto, quando ele
nos requisita um dia em sete, requisita o que é seu. Não excede em seu direito e não excederia se exigisse uma
proporção muito maior de nosso tempo a ser gasta no seu serviço imediato. Mas
ele considerou com misericórdia a nossa situação, e nossas necessidades aqui, e
consultou o bem de nossas almas ao apontar um sétimo dia para os deveres
imediatos da religião, assim como considerou nossas necessidades exteriores, e
nos permitiu seis dias para o atendimento de nossos assuntos externos. Que
tratamento indigno, portanto, daremos a Deus se recusarmos lhe dedicar até
mesmo o sétimo dia!
d)
como o Sabbath é um dia separado
especialmente para os exercícios religiosos, também é um dia em que Deus
confere de modo especial sua graça e benção. Assim como Deus nos ordenou que o
separássemos para termos comunhão com ele, também o separou para ter comunhão
conosco. Assim como nos ordenou que observássemos o Sabbath, ele próprio o observa. Acontece com respeito a esse dia o
que Salomão orou para que acontecesse com respeito ao templo (2 Cr 6:20). Seus olhos estão abertos
sobre ele; está pronto, então, a especialmente ouvir as orações, a aceitar os
serviços religiosos, a encontrar seu povo, manifestar-se a eles, conceder seu
Santo Espírito e benção aos que diligente e conscientemente o santificarem.
Que
nós devemos santificar o Sabbath,
como observamos, está de acordo com a instituição de Deus. Em certo sentido,
Ele observa suas próprias instituições, isto é, costuma fazer com que sejam
acompanhadas com uma benção. As instituições de Deus são seus meios apontados
de graça, e com suas instituições ele prometeu sua benção. Ex 20:24: “em todo lugar onde
eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei.” Pela
mesma razão, podemos concluir que Deus encontrará seu povo e o abençoará,
aguardando por ele não apenas em lugares designados,
mas também em tempos designados e de modos designados. Cristo prometeu que,
onde estivessem dois ou três reunidos em seu nome, estaria no meio deles (Mt 18:20). Uma coisa incluída na
expressão em seu nome é que seja pela
sua designação e de acordo com sua instituição.
Deus
fez nosso dever, pela sua instituição, que separássemos este dia para uma busca
especial de sua graça e benção. De onde podemos argumentar que estará
especialmente pronto para conferir sua graça sobre os que assim o buscam. Se
esse for o dia no qual Deus requer que nós o busquemos de maneira especial,
podemos argumentar que também é o dia no qual ele pode ser especialmente
encontrado. Que Deus está especialmente pronto, neste dia, a conceder sua
bênção aos que o guardam retamente, está implícito naquela expressão de Deus
abençoar o dia de Sabbath. Ele não
apenas o santificou, mas o abençoou; deu a ele sua bênção, e dará sua bênção a
todos os que o observarem de maneira legítima. Ele o santificou, ou designou
que fosse mantido santo por nós, e o abençoou; determinou dar sua bênção sobre
ele.
De
modo que aqui há grande encorajamento para que guardemos o Sabbath como um dia santo, à medida em que buscamos a graça de Deus
e nosso próprio bem espiritual. O dia de Sabbath
é um tempo aceitável, um dia de salvação, um dia em que Deus especialmente ama
ser buscado e ama ser encontrado. O Senhor Jesus Cristo deleita-se no seu dia;
ele se deleita em honrá-lo; deleita-se em encontrar-se e manifestar-se aos seus
discípulos nele, como demonstrou antes de sua ascensão, aparecendo-lhes de
tempos em tempos nesse dia. Nele, Cristo se delicia em conceder seu Santo
Espírito, como deu a entender ao escolhê-lo como o dia em que derramaria o
Espírito de modo tão notável sobre a igreja primitiva, e também o dia em que deu
o Espírito ao apóstolo João.
No
passado, Deus abençoou o sétimo dia, ou o designou para ser o dia em que ele
especialmente concederia bênçãos ao seu povo, como uma expressão de sua alegre
lembrança desse dia e do descanso e refrigério que nele teve. Ex 31:16-17: “Pelo que os filhos de Israel guardarão o
sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. Entre mim e os
filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o SENHOR os
céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento.”
Assim como os príncipes distribuem presentes no dia de seus aniversários, nos
de casamento e em outros, também Deus costumava dispensar dons espirituais no
sétimo dia.
Mas
quanto maior razão tem Cristo de abençoar o dia de sua ressurreição, e deleitar-se
em honrá-lo, e conferir sua graça e dons benditos ao seu povo nesse dia. Foi o
dia em que Cristo descansou e tomou alento em um sentido literal. Foi um dia de
libertação das cadeias da morte, o dia do término dessa grande e difícil obra
da redenção, que tinha estado sobre seu coração desde toda a eternidade. O dia
da justificação pelo Pai; o dia do início de sua exaltação e do cumprimento das
promessas do Pai; o dia em que teve a vida eterna, que ele havia adquirido,
posta em suas mãos. Nesse dia Cristo realmente se delicia em distribuir dons, e
bênçãos, e alegria, e felicidade e se deliciará em fazer o mesmo até o fim do
mundo
Portanto,
ó como vale a pena aproveitar este dia para clamar a Deus e buscar a Jesus
Cristo! Que os pecadores despertos sejam animados por estas coisas a
aproveitarem o dia de Sabbath, para
se colocarem ainda mais no caminho do Espírito de Deus. Aproveite este dia para
clamar a Deus, pois nele Ele está perto. Aproveite para ler as Santas
Escrituras, e diligentemente atender à sua palavra pregada; pois então é o
momento mais provável para se ter o Espírito acompanhando-a. Que os santos que
estão desejosos de crescer em graça, e gozar da comunhão com Cristo, aproveitem
o Sabbath por esses motivos;
e)
o último motivo que mencionarei é a experiência da influência que uma estrita
observância do Sabbath tem sobre todo
o cristianismo. Pode ser observado que, naqueles lugares em que o Sabbath é bem guardado, a religião em
geral será mais florescente, e onde ele não é notado, e é menosprezado, não há
muito cuidado com a religião em geral. Mas,
PERGUNTA:
Como devemos guardar o Sabbath?
RESPOSTA
1: Devemos ser extremamente cuidadosos neste dia para nos
abstermos do pecado. Na verdade, todas as quebras do Sabbath são pecaminosas, mas falamos agora daquelas coisas que são
em si mesmas pecaminosas, ou pecaminosas por outros motivos, além do fato de
serem cometidas no Sabbath. Sendo
este um tempo santo, é especialmente corrompido pela comissão de pecado. O
pecado cometido nesse dia torna-se mais excessivamente pecaminoso. Somos
ordenados a nos abstermos do pecado a todo momento, mas em especial no tempo
santo. Cometer imoralidade no Sabbath
é o pior modo de profaná-lo, o que mais provoca Deus, e traz maior culpa sobre
as almas dos homens.
Como deve ser provocador para Deus quando os
homens fazem coisas nesse dia que ele santificou, e separou para ser gasto nos
exercícios imediatos da religião, coisas essas que não são adequadas para serem
feitos nos dias comuns, que são impuras e ímpias a qualquer momento que sejam
feitas!
Portanto,
se as pessoas forem culpadas de impiedades, tais como os excessos ou quaisquer
ações impuras, estes profanam o Sabbath
de maneira horrenda. Ou se forem culpados de impiedade no falar, ou de
linguagem profana, ou de comportamento impuro e lascivo, ou de falar mal do seu
próximo, estes de modo terrível profanam o Sabbath.
Contudo, é muito comum que os que estão acostumados com tais coisas nos dias da
semana, não tenham consciência para restringi-las no Sabbath. Seria bom se os que vivem na indulgência da luxúria da
impureza nos dias da semana fossem de uma forma ou de outra puros no Sabbath. Contudo, eles se permitirão as
mesmas luxúrias então; as mesmas chamas impuras em suas imaginações pelo menos:
e seria bom se se mantivessem limpos enquanto estivessem na casa de Deus,
fingindo prestar culto a Ele. O jovem impuro presta contas de si: Pv 5:14: “Quase que me achei em todo mal que sucedeu
no meio da assembleia e da congregação.” Portanto, os que são
viciados num modo impuro de falar nos dias da semana, nada tem para impedi-los
de fazer o mesmo no Sabbath, quando
se reúnem. Mas Deus é terrivelmente provocado por tais coisas.
Devemos
cuidadosamente vigiar nossos corações, e evitar todos os pensamentos
pecaminosos no Sabbath. Devemos
manter reverência tal pelo Sabbath, a
ponto de termos um terror peculiar do pecado, que nos leve a uma cuidadosa
vigilância de nós mesmos.
RESPOSTA 2.
Devemos cuidadosamente nos abster de todas as preocupações mundanas. A razão,
como mostramos, do porquê é necessário e próprio que certas partes determinadas
do tempo sejam separadas para serem devotadas aos exercícios religiosos, é
porque o estado da humanidade é tal neste mundo que os homens necessitam
exercitar suas mentes, e empregar seus pensamentos sobre questões seculares.
Portanto, é conveniente que haja tempos determinados, nos quais todos devam ser
obrigados a deixar de lado as outras preocupações, para que suas mentes estejam
mais livres e com menos embaraços estejam engajadas nos exercícios religiosos e
espirituais.
Portanto,
devemos fazer isso, por que senão frustraremos o próprio desígnio da
instituição de um Sabbath. Devemos
nos abster cuidadosamente de nos dedicarmos exteriormente a qualquer coisa
mundana, sejam negócios ou recreações. Devemos descansar na lembrança do
descanso de Deus da obra da criação, e do descanso de Cristo da obra da
redenção. Devemos ser cuidadosos de que não violemos o Sabbath no seu princípio, ao nos ocuparmos com o mundo depois que
ele já iniciou. Devemos evitar falar sobre matérias mundanas, e até mesmo
pensar sobre elas, pois quer nos conformemos externamente com o mundo ou não,
se, contudo, nossas mentes estiverem, nós frustramos o fim do Sabbath. O propósito de sua separação
dos outros dias é que nossas mentes sejam desligadas das coisas mundanas: e
devemos evitar estar externamente conformado com elas por esta razão: que isso não pode acontecer sem que nossas
mentes sejam afetadas. Não devemos, portanto, dar espaço algum ao mundo em
nossos pensamentos no Sabbath, mas
nos abstermos das preocupações mundanas, e manter vigilância sobre nós mesmos,
para que o mundo não o viole como está pronto a fazer. (Is 63:13-14)
RESPOSTA 3.
Devemos gastar o tempo em exercícios religiosos. Este é o propósito mais
supremo do Sabbath. Devemos manter
nossas mentes separadas do mundo, tendo em vista principalmente que estejamos
mais livres para os exercícios religiosos. Ainda que seja um dia de descanso,
contudo não foi projetado para ser um dia de ócio. Descansar dos empregos
mundanos, sem nos empregarmos com outras coisas, é nada mais do que nos
colocarmos no caminho do diabo. A mente será empregada de uma forma ou outra;
portanto, sem dúvidas, o propósito para o qual devemos retirar de nossas mentes
os cuidados mundanos no Sabbath é o
de empregá-las para coisas que são melhores.
Devemos
atender os exercícios espirituais com a maior diligência. Que este seja dia de
descanso não nos impede que assim o façamos, pois devemos encarar os exercícios
espirituais como o descanso e refrigério da alma. No céu, onde o povo de Deus
tem o mais perfeito descanso, não há ociosidade, mas os santos estão engajados
nos exercícios espirituais e celestiais. Portanto, devemos ter cuidado em
empregar nossas mentes no dia de Sabbath
nos objetos espirituais pela santa meditação; aproveitando para nosso auxílio
as Santas Escrituras, e outros livros que estão de acordo com a palavra de
Deus. Também devemos nos engajar externamente neste dia nos deveres do culto
divino, em público e em particular. É apropriado ser mais frequente e abundante
nos deveres secretos neste dia do que nos outros, enquanto tivermos tempo e
oportunidade, bem como atender às ordenanças públicas.
É
apropriado neste dia, não apenas especialmente promover o exercício da religião
em nós mesmos, mas também nos outros. Assistindo-os, e esforçando-nos para
promover o bem espiritual deles pela associação religiosa. Especialmente
aqueles que têm o cuidado pelos outros devem neste dia se esforçar para
promover o bem espiritual deles: chefes de família devem instruir e aconselhar
seus filhos, e animá-los nos caminhos da religião, e devem supervisionar para
que o Sabbath seja estritamente
observado em seus lares. Uma bênção peculiar pode ser esperada pelas famílias
que observam cuidadosa, estrita e devotamente o Sabbath.
RESPOSTA 4.
Devemos nesse dia especialmente meditar e celebrar a obra da redenção. Devemos
com alegria especial lembrar a ressurreição de Cristo, pois ela foi o fim desta
obra. E esse é o dia em que Cristo descansou e tomou alento, após ter suportado
aqueles labores extremos que sofreu por nossas almas que pereciam. Esse foi o
dia do regozijo do coração de Cristo; foi o dia de sua libertação das cadeias
da morte, e também de nossa libertação, pois somos libertados naquele que é a
nossa Cabeça. Ele, por assim dizer, ressurgiu com seus eleitos. Ele é as
primícias, e os que são seus o seguirão. Cristo, quando ressurgiu, foi
justificado como uma pessoa pública, e nós somos justificados nele. Este é o
dia de nossa libertação do Egito.
Devemos,
portanto, meditar nesse dia com alegria; devemos ter simpatia com Cristo em sua
alegria. Assim como tomou alento nesse dia, também devemos tomar, pois temos
nossos corações unidos ao dele. Quando Cristo rejubila-se, toda a sua igreja
deve se rejubilar. Devemos dizer desse dia: Sl 118:24: “Este
é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele.”
Mas
não devemos apenas comemorar a ressurreição de Cristo, mas a inteira obra da
redenção, da qual esta foi o término. Guardamos o dia em que a obra foi finalizada,
em lembrança dessa obra completa. Devemos nesse dia contemplar o maravilhoso
amor de Deus e de Cristo, como é expresso na obra da redenção; e nossa
lembrança dessas coisas deve ser acompanhada com exercícios adequados da alma
com respeito a ele. Quando trazemos à mente o amor de Cristo, deve ser com um
amor correspondente de nossa parte. Quando comemoramos essa obra, deve ser com
fé em nosso Salvador. E devemos louvar a Deus e ao Cordeiro por essa obra, pela
glória e amor divinos manifestados nela, em nossas orações públicas e privadas,
ao falar das obras maravilhosas de Deus, e ao entoar os cânticos divinos.
Assim
é próprio que os discípulos de Cristo devam ser escolher esse dia para se
reunirem para partir o pão, ou celebrar a ordenança da ceia do Senhor (At 20:7), pois foi uma ordenança
instituída em lembrança da obra da redenção.
RESPOSTA 5.
Obras de misericórdia e caridade são muito apropriadas e aceitáveis no dia de Sabbath. Elas eram apropriadas no antigo
Sabbath. Cristo costumava fazê-las nesse
dia. Mas elas de modo especial tornam o Sabbath
cristão, porque é um dia guardado em comemoração da grande obra de misericórdia
e amor para conosco jamais realizada. O que pode ser mais apropriado do que,
nesse dia, expressar nosso amor e misericórdia para com nossos semelhantes, em
especial aos nossos irmãos cristãos? Cristo ama nos ver mostrar gratidão a ele
desse modo. Portanto, descobrimos que o Espírito santo era especialmente
cuidadoso que tais obras fossem realizadas nesse dia da semana na igreja
primitiva, como aprendemos no texto lido.
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