3. Os não convertidos estão em uma
condição terrível devido à horrível impiedade que há neles.
1. O pecado possui uma natureza
terrível, e isso porque é contra um Deus infinitamente grande e santo. Há na
natureza do homem inimizade, desprezo e rebelião contra Deus. O pecado se
levanta como um inimigo do Altíssimo. É terrível para a criatura ser inimiga do
Criador, ou ter no coração algo como uma inimizade, como ficará bem claro, se
considerarmos a diferença que há entre Deus e a criatura, e como as criaturas,
comparadas a Ele, são como o pó da balança, como nada, menos do que nada, um vácuo.
Há um mal infinito no pecado. Se víssemos a centésima parte do mal que há no
pecado, isso nos tornaria sensíveis que aqueles que têm qualquer pecado, ainda
que seja mínimo, estão em uma condição terrível.
2. Os corações dos não convertidos
estão completamente cheios de pecado. Se tivessem apenas um pecado neles, seria
suficiente para tornar suas condições muito terríveis. Mas têm não apenas um
pecado, mas todo tipo de pecado. Há todo tipo de desejo carnal. O coração é um
mero poço de pecado, uma fonte de corrupção, de onde emerge todo tipo de regatos
imundos. Mc 7. 21, 22: “Porque de dentro, do coração
dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os
homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.” Não há um desejo maligno no coração do diabo, que não
esteja no coração do homem. Os homens naturais são à imagem do diabo. A imagem
de Deus é demolida, e a imagem do diabo é estampada nele. Deus graciosamente se
agrada em restringir a impiedade dos homens, especialmente pelo temor e respeito
que têm pelos seus créditos e reputações, e pela educação. Não fosse tais
restrições, não haveria tipo de impiedade que os homens não cometeriam, quando
lhes viessem ao encontro. A prática daquelas coisas que os homens agora, à
simples menção, prontamente ficam chocados quando ouvem o relato, seria comum e
geral; e a terra seria um tipo de inferno. Se não temesse, o que o homem
natural não faria? Mt 10. 17: “acautelai-vos dos homens.” Os homens têm não apenas todo
tipo de luxúria, e disposições ímpias e perversas em seus corações, mas as têm
em um grau desesperador. Não há apenas o orgulho, mas um grau fantástico dele:
orgulho tal que o dispõe a colocar-se acima até mesmo do trono do próprio Deus.
Os corações dos não convertidos são meras sarjetas de sensualidade. O homem se
tornou como as feras ao colocar sua felicidade nas diversões sensuais. O coração
está cheio das paixões mais repugnantes. Suas almas são mais vis e abomináveis
que a de qualquer réptil. Se Deus abrisse uma janela no coração, de forma que
pudéssemos contemplar o seu interior, seria o espetáculo mais repugnante que já
se viu sob nossos olhos. Não há apenas malícia nos corações dos homens
naturais, mas uma fonte dela. Os homens merecem, portanto, a linguagem
aplicadas a eles por Cristo em Mateus 3.7: “Raça de víboras, quem vos
induziu a fugir da ira vindoura?” e Mt 23. 33: “Serpentes, raça de víboras!” Eles, não fosse pelo medo e outras restrições, não apenas cometeriam
toda sorte de pecado, mas a que grau, a que distância não procederiam! O que
impede um homem natural de abertamente blasfemar contra Deus, como faz qualquer
um dos demônios; sim, de destroná-lo, se fosse possível, e não houvesse o medo
e outras restrições no caminho? Sim, não aconteceria isto com muitos dos que agoram
aparecem com um rosto justo, falando muito de Deus, e com muitas pretensões de
adorá-lO e servi-lO? A grande impiedade dos homens naturais aparece
abundantemente nos pecados que cometem, não obstante todas estas restrições.
Todo homem natural, se refletir, pode ver o suficiente para mostrar-lhe como é
excessivamente pecador. O pecado flui do coraçao com tanta constância como a água
flui de uma fonte. Jer 6. 7: “Como o poço conserva frescas
as suas águas, assim ela, a sua malícia.” E esta impiedade, que abunda
desta maneira nos corações, tem domínio sobre eles. São escravos dela: Rom 7.
14: “eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” Estão de tal maneira debaixo do pecado, que são conduzidos por suas
luxúrias em um curso contra suas próprias consciências, e contra seu próprio interesse.
Apressam-se em direção à própria ruína, e isso ao mesmo tempo em que suas
próprias razões lhes advertem que isto
provavelmente será sua ruína. 2 Pe 2.14: “Insaciáveis no pecado.” Devido ao fato dos ímpios
estarem de tal maneira sob o poder do pecado, o coração humano é descrito como desesperadamente corrupto em Jr 17.9 e
Ef 2.1 diz: “[estáveis] mortos nos vossos
delitos e pecados.”
3. Os corações dos não convertidos
são terrivelmente endurecidos e incorrigíveis. Nada, a não ser o poder de Deus,
os moverá. Apegar-se-ão ao pecado, e continuarão nele, aconteça o que
acontecer. Pv 27. 22: “Ainda que pises o insensato
com mão de gral entre grãos pilados de cevada, não se vai dele a sua estultícia.” Não há nada que abale seus corações, e nada que os leve à
obediência: quer sejam misericórdias ou aflições, ameaças ou chamados e
convites da graça, reprovação ou paciência e longanimidade, ou conselhos e
exortações paternais. Is 26. 10: “Ainda que se mostre favor ao
perverso, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele comete a
iniquidade e não atenta para a majestade do SENHOR.”
Em segundo lugar: O estado
relativo dos não convertidos é terrível. Isso será evidente se considerarmos:
1. Seu estado relativo com
respeito a Deus; e isso porque:
1. Eles estão sem Deus no mundo.
Não têm interesse ou parte com Deus: Ele não é o Deus deles. Ele próprio
declarou que não o seria. Os 1. 9. Deus e os
crentes têm uma relação pactual mútua e direito um ao outro. Eles são seu povo,
e Ele é o Deus deles. Mas não é o Deus pactual daqueles que estão em um estado
natural. Há uma grande alienação e estranhamento entre Deus e os ímpios: Ele
não é seu pai e porção, não têm nada com que possam questioná-lo, não têm
direito a nenhum de seus atributos. O crente pode reivindicar um direito no
poder de Deus, em sua sabedoria e santidade, sua graça e amor. Tudo é renovado
para ele, em seu benefício. Mas o não convertido não pode reivindicar direito
algum a qualquer das perfeições de Deus. Não têm Deus para defendê-los e protegê-los neste mundo mau: para defendê-los
do pecado, de satanás ou de qualquer mal. Não têm Deus para guiá-los e
orientá-los em quaisquer dúvidas ou dificuldades, para confortá-los e apoiar
suas mentes nas aflições. Estão sem Deus em todos as suas ocupações, em todos
os negócios que realizam, em seus assuntos familiares, e em todas os seus
projetos pessoais, nas suas preocupações exteriores e nas preocupações de suas
almas.
Reciban muchisimas bendiciones desde mi blog www.creeenjesusyserassalvo.blogspot.com
ResponderExcluirDesde El Salvador Centroamerica